terça-feira, 31 de março de 2009

4º ano: Alice no Colégio STELLA





"Comece pelo começo, siga até chegar ao fim e então, pare". –; Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas.



É isso mesmo, nossos alunos seguiram os passos do coelho da Alice e foram parar em um mundo fantástico povoado por criaturas interessantes. Assim começaram a produzir seus textos nas aulas de redação.
Teve até coelho pendurado nos lápis das crianças.

3º ano: As fábulas no STELLA





Viajar pelo universo de Esopo, ainda mais pelas mãos de Ruth Rocha, foi realmente um encantamento para nossos alunos. O mundo das fábulas apresentou aos pequenos escritores elementos como animais falantes e moral, ferramentas básicas para que pudessem começar a escrita do gênero.
Como resultado: produções de boa qualidade, vontade de escrever e foco na finalidade de colocar animais para ensinar sobre respeito, tolerância, inteligência. As redações foram reescritas com o objetivo de ampliar os conhecimentos dos alunos que receberam até um mascote (bichinho) para o seu primeiro "fabular"...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Introdução: Chegou a hora de escrever


Olá! É com muito prazer que iniciamos o Projeto Leitura e Redação. Já começamos com a “mão na massa”, todos estão produzindo textos diversos. Logo, divulgaremos os resultados. Enquanto isso, conto um pouco sobre cada série:

3º ano – fundamental I

Produzindo Fábulas.

4º ano – Fundamental I

Produzindo Narrativa Fantástica.

5º ano – Fundamental I

Produzindo Narrativas com várias etapas de um conto.

6º ano – Fundamental II

Produzindo Lendas.

7º ano - Fundamental II

Produzindo Narrativas de viagem e ficção científica.

8º ano – Fundamental II

Produzindo Narrativas em 1ª pessoa(diário) e discutindo Internet (segurança, exposição, mídia)

9º ano – Fundamental II

Produzindo conto de terror.

1º ano do Ensino Médio

Adaptando “A Demanda do Santo Graal” para Quadrinhos.

2º ano do Ensino Médio

Adaptando “O Guarani” para Quadrinhos.

3º ano do Ensino Médio

Preparação para o vestibular: O Auto da Barca do Inferno.


Bons textos para todos!!!

Poemas de Ruth Rocha


Primeiro CD do Selo SESC SP voltado ao público infanto-juvenil, o trabalho apresenta poemas da escritora Ruth Rocha musicados por Hélio Ziskind e interpretados pela cantora Fortuna. Arranjos de Gabriel Levy e participação do coro infantil do Centro de Música do SESC Vila Mariana.

sexta-feira, 6 de março de 2009

FOLHINHA


(...) hoje quem quer con­tar sua história é a Folhinha. Claro, começando pe­lo primeiro choro, em 1963, ano em que nasceu. De lá para cá, ela viveu aventuras com gatunos cheios de prosa (e verso), viu o cometa Halley passar, riu com Geraldinho e assis­tiu ao impeachment de Col­lor.

Abaixo as capas dessas quatro décadas.

Você sabia?

Gestação de nove anos

A Folhinha nasceu como um caderno tablóide (publicação em formato de meio jornal) em 1963, mas passou por nove anos de gestação. Em 1954, o jornal publicava, semanalmente, uma seção chamada Folhinha, que trazia conto, curiosidades e passatempos.

Escrito por Equipe da Folhinha às 21h52 - 04/09/2008 (blogdafolhinha.folha.blog.uol.com.br)

Leitura: Através do Brasil


ATRAVÉS DO BRASIL.

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.Através do Brasil foi publicado em 1910 pela Editora Francisco Alves em parceria por Olavo Bilac e Manoel Bomfim. Olavo Bilac é destacado por Marisa Lajolo como um dos iniciadores do gênero. Publicou, sozinho ou em parceria com Manoel Bomfim sete títulos infantis ou didáticos em doze anos.

Na época do Através do Brasil, Manoel Bomfim era diretor da Instrução Pública no Distrito Federal - Rio de Janeiro, e nomeou Olavo Bilac como inspetor escolar. Segundo Lajolo isso propiciou além da intenção patriótica, uma valiosa fonte de renda, que devido a essa ocasião, a adoção de seus livros seria facilitada. Assim, a escolarização de tal literatura acontecia, de modo geral, na própria fundamentação da obra, pois atenderiam o público infantil e também as autoridades educacionais.

Além disso, Dimas, quando apresenta Bilac como um escritor atuante na tarefa de catequese cívica e restaurador do aprendizado escolar, afirma que a qualidade das obras se defini no conjunto e parcerias estabelecidas, como exemplo a de Bomfim, que em Através do Brasil veio aguçar o patriotismo em exagero.

Desse contexto, faz-se lembrar as palavras de Antônio Cândido em Vários Escritos:

“Quando a minha geração estava na escola primária, a palavra "nacionalismo" tinha conotação diferente da de hoje. Nos livros de leitura e na orientação das famílias, correspondia em primeiro lugar a um orgulho patriótico (...). Em segundo lugar, vinha a extraordinária grandeza do país, com o território imenso, o maior rio do mundo, as paisagens mais belas, a amenidade do clima. Nós, meninos, ainda sentíamos os últimos contragolpes da Campanha Nacionalista dos anos da Primeira Grande Guerra, quando homens como Olavo Bilac lideravam movimentos cívicos (..) . O amor febril pelo Brasil elevava a temperatura dos escritos e dos discursos (...)”

Por sua vez, ao ler Através do Brasil percebe-se a pesquisa histórica e o trabalho com a informação, aspectos que estão muito além do somente tom patriótico, mas no acreditar da esfera do saber, no ensinar. Autores patriotas dedicaram-se à educação com um otimismo pedagógico, por uma admiração do conhecimento. Duas matrizes, que se complementam, explicam as intenções do livro segundo LAJOLO: a literatura de formação, didática, pedagógica e o gênero das narrativas de viagem.

Com essa moldura da viagem, temos uma estratégia pedagógica para a tarefa de formação; esse passeio pelo Brasil serve para apontamentos de várias disciplinas a serem ensinadas e motivo da lição final. Em Através do Brasil, a estrutura da narrativa de formação, de certa forma, caracteriza uma narração construída na aprendizagem dos personagens e na luta para se manter aquele pequeno núcleo familiar.

O enredo vai se desenvolvendo dentro do Brasil, realizado por dois meninos gaúchos que estudavam num internato na cidade do Recife: Carlos e Alfredo, de quinze e dez anos respectivamente. Sabendo que seu pai, o engenheiro Meneses, a trabalho no interior do estado de Pernambuco, estava doente, os garotos saem em busca do pai em uma longa viagem que vai acabar no Rio Grande do Sul.

Em um primeiro momento, essa viagem passa pelas cidades de Palmares e Garanhuns no Recife. Em uma segunda parte abrange os estados de Alagoas e Bahia: Piranhas, Paulo Afonso, Boa Vista, Juazeiro. Nesta travessia chega a informação da morte de um engenheiro que é confundido com o pai dos protagonistas, notícia que muda o rumo da viagem.

É no meio deste percurso do sertão que aparece Juvêncio, um mulato da zona rural órfão de pai e mãe que concretiza uma amizade com os meninos.

Mais adiante vão para cidades da Bahia como: Vila Nova, Serrinha, Alagoinhas e Salvador. Posteriormente, os meninos partem com destino à região Sul enquanto Juvêncio vai para o Norte brasileiro, passando por Aracaju, Maceió, Fortaleza, São Luís e Belém, em direção a Manaus.

Carlos e Alfredo seguem para cidades como Vitória, Rio de Janeiro, Queluz, Lavrinhas, Cruzeiro, Cachoeira, Taubaté, São Paulo, Santos, Paranaguá, Rio Grande e Pelotas.

Por fim, os meninos ficam sabendo que seu pai está vivo e o grande final acontecerá no Rio Grande do Sul no encontro da família, pois seu pai está vindo com o amigo Juvêncio.

O que mais corrobora com o gênero é a intenção declarada na parte inicial "Advertência e Explicação", em que Bomfim e Bilac apresentam os motivos do livro orientado às primeiras séries das escolas primárias: falam de “uma fórmula pedagógica da época, a de que as primeiras classes do ensino primário não deveriam ter outro livro que não fosse o de leitura”, expõem “a necessidade de ensinar à criança noções gerais do conhecimento humano” sem cair na incoerência em “amontoados didáticos, sem unidade e sem nexo” (BILAC, 2000).

A linguagem é uniforme, segue um padrão, a preocupação de Bilac com a unidade nacional é transferida ao texto, não há representação de variações, a diferença se faz na construção da personagem como, por exemplo, o sertanejo, mas esse não verbaliza sua variante lingüística.

As figuras das crianças no livro são miniaturas de adulto. Ao pensarem que seu pai tinha morrido, os meninos são exemplos de controle e continuam firmes na narrativa. A figura de Juvêncio também contribui para tal maturidade, mostra sabedoria e habilidade em diversas situações, no capítulo quinze é ele que dá segurança aos meninos diante dos morcegos; não são nos momentos decisivos do texto que os meninos aparecem com posturas padrões de crianças: brincalhonas, sem preocupações; em geral, são, de forma precoce, construídas de uma esfera adulta, precisam resolver problemas sozinhos.

Em geral, este tom pedagógico, do ato de instruir, acaba até definindo a relação selvagem/ civilizado, o social é valorizado. Em relação ao índio, ainda deixa-se passar o modelo da barbárie/ do primitivo “Qual! Andavam nus (...)/Ah! Eram terríveis! Verdadeiras guerras de extermínio/ Não lhe saía da cabeça, (..) a idéia horrível dos banquetes de carne humana".

O negro aparece em uma situação de subserviência, mantendo as velhas relações coloniais: “YÔ –senhor”, a negra dirigindo-se ao menino mais velho e branco. Até o espaço é demarcado neste contraponto, mostrando a decadência rural na produção açucareira diante de novos investimentos gerados pela sociedade cafeeira.

Estará no elo familiar, do afeto, a aproximação nacional, da convivência pacífica. A negra estreitando ligações maternas, o índio como um passado - como raiz, o rural como nosso território de bom fruto – onde tudo pode colher, o povo do trabalho, do acolhedor e do avanço, o encontro do pai, na busca da identidade nacional. A formação do cidadão segue sua viagem através do Brasil com reproduções de modelos da época.